Entregador é morto por milicianos após ser confundido devido a foto com arma de brinquedo
Um entregador de aplicativo identificado como Pedro Henrique, de 25 anos, foi brutalmente assassinado por milicianos na Zona Oeste do Rio de Janeiro após ser confundido com um traficante rival. A suspeita é que ele tenha sido morto depois que os criminosos encontraram em seu celular uma foto em que o rapaz aparecia segurando uma arma de gel, um brinquedo que dispara bolinhas de gel e que virou febre nas comunidades.
O crime ocorreu na noite de segunda-feira (30), quando Pedro Henrique transportava uma passageira da Cidade de Deus para a Rua Araticum, em Jacarepaguá. No trajeto, eles foram abordados por milicianos que exigiram ver o celular do jovem. Ao encontrarem a foto dele com a arma de brinquedo, os criminosos teriam confundido o objeto com uma arma de verdade e associado o entregador a uma facção rival.
Os milicianos, que controlam a região para onde a passageira estava sendo levada, ficaram com o celular, documentos e a moto de Pedro Henrique. Testemunhas relataram ter visto o veículo circulando pela região de Rio das Pedras sem placa horas após o crime.
O corpo do entregador foi encontrado na manhã de terça-feira (1º) e levado para o Instituto Médico-Legal (IML). A vítima deixa dois filhos pequenos. A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) está investigando o caso e informou que diligências estão em andamento para identificar e prender os autores do homicídio.
O caso chama a atenção para a popularidade das armas de gel nas comunidades e para o risco de jovens serem confundidos com traficantes ao serem flagrados com esses brinquedos. A Secretaria de Segurança Pública do Rio informou que não há proibição na comercialização de armas de gel, mas alertou para o perigo dessas “réplicas” serem confundidas com armas verdadeiras.
O secretário de Segurança Pública, Victor dos Santos, ressaltou a importância de conscientizar os jovens sobre os riscos envolvidos nesse tipo de brincadeira. “O alerta que a gente faz é que tenham cuidado ao pintar essas armas e, principalmente, ao usá-las em vias públicas. O ideal é que brinquem em locais seguros e longe dos olhos de quem possa confundir a diversão com uma ameaça real”, declarou.
O assassinato brutal de Pedro Henrique evidencia a tensão constante vivida pelos moradores de áreas controladas por milicianos e traficantes no Rio de Janeiro. Autoridades e especialistas em segurança pública cobram medidas efetivas para desarticular esses grupos criminosos e devolver a paz às comunidades.
Fonte: G1 Rio de Janeiro