Uma onda de violência e caos tomou conta das ruas do Rio de Janeiro, deixando um rastro de destruição e prejuízos milionários. Desde o início de 2023 até julho de 2024, os ataques a ônibus na cidade resultaram em um prejuízo assombroso de R$ 70.311.740,15, segundo cálculos do Rio Ônibus, sindicato que representa as empresas de transporte coletivo.
Os números são alarmantes e refletem a gravidade da situação. Em 2023, o prejuízo foi de R$ 47.680.040,15, enquanto em 2024, até o momento, a cifra já ultrapassa os R$ 22 milhões. Os bairros mais afetados pelos ataques e sequestros de veículos para uso como barricadas são Vila Aliança e Muzema/Tijuquinha, na Zona Oeste, além de Cordovil e Ramos, na Zona Norte.
A violência não dá trégua. Na quarta-feira, dia 17 de outubro, mais um ataque foi registrado. Bandidos sequestraram 7 ônibus na Estrada do Itanhangá, mandando os passageiros descerem e atravessando os veículos na via para dificultar o acesso da polícia. O medo e o desespero tomaram conta dos usuários do transporte público, que se viram reféns de criminosos fortemente armados.
A porta-voz da Polícia Militar, tenente-coronel Cláudia Moraes, afirmou que essa estratégia dos criminosos visa desviar a atenção das forças de segurança e criar uma cortina de fumaça. “Eles tentam levar a desordem e o caos para pessoas inocentes”, declarou Moraes. O secretário de Segurança Pública do RJ, Victor Santos, informou que não houve feridos nem confronto, mas a via foi interditada nos dois sentidos, causando transtornos e longas filas de ônibus.
A Polícia Civil revelou que o crime organizado possui uma espécie de “gerente de barricadas”, responsável por instalar bloqueios nas comunidades do Rio para dificultar o acesso das forças de segurança. Essa informação escancara o nível de organização e planejamento por trás desses ataques, que aterrorizam a população e paralisam a cidade.
Os impactos desses ataques vão muito além dos prejuízos financeiros. A sensação de insegurança e medo se espalha entre os cidadãos, que se veem reféns de uma violência sem limites. Muitos trabalhadores, estudantes e pessoas que dependem do transporte público para se locomover ficam impedidos de seguir com suas rotinas, tendo que enfrentar atrasos, cancelamentos e o risco constante de se tornarem vítimas de uma guerra urbana.
É inaceitável que a população seja refém do crime organizado e que a cidade viva sob o jugo do medo. As autoridades precisam agir com firmeza e inteligência para combater esses ataques e restaurar a ordem nas ruas. Investimentos em segurança pública, inteligência e ações integradas entre as forças policiais são medidas urgentes e necessárias.
Além disso, é fundamental que haja um trabalho de prevenção e inclusão social nas comunidades mais vulneráveis, oferecendo oportunidades de educação, emprego e desenvolvimento para afastar os jovens do crime. Somente com uma abordagem ampla e multidisciplinar será possível enfrentar as raízes da violência e construir uma cidade mais segura para todos.
Enquanto isso, a população segue contando os prejuízos e cicatrizando as feridas deixadas por essa onda de terror nos transportes. Que a indignação e o clamor por justiça não se calem diante dessa situação insustentável. Que as autoridades ajam com a urgência que a gravidade do problema exige. E que a cidade do Rio de Janeiro possa, um dia, voltar a ser palco de paz, progresso e tranquilidade para seus cidadãos.
Fonte: G1 – Rio de Janeiro