Inocente após 18 anos: Homem relata torturas físicas e psicológicas para confessar crimes que não cometeu

Luiz Augusto de Souza, de 58 anos, foi inocentado pela Justiça de Minas Gerais, 18 anos após ser acusado de estuprar e assassinar cinco mulheres em Uberaba, no Triângulo Mineiro. Em entrevista exclusiva ao G1, Souza revelou detalhes das violências físicas e psicológicas que sofreu para confessar crimes que não cometeu.

Preso em 2006, Souza foi condenado a 93 anos de prisão pelo suposto envolvimento nos crimes. No entanto, em 2020, novas provas surgiram, apontando para a inocência do acusado. A Justiça determinou a realização de um novo julgamento, que culminou na absolvição de Souza em agosto deste ano.

Durante a entrevista, Luiz Augusto de Souza relatou as torturas que sofreu nas mãos de policiais para que confessasse os crimes. “Me bateram muito, me sufocaram com saco plástico, me deram choques elétricos. Disseram que iam matar minha família se eu não confessasse”, contou, emocionado.

Souza também revelou as sequelas psicológicas deixadas pelos 18 anos de prisão injusta. “Perdi minha juventude, minha família, minha dignidade. Tive que conviver com o estigma de ser chamado de estuprador e assassino. Isso é algo que nunca vou esquecer”, desabafou.

O caso de Luiz Augusto de Souza levanta questionamentos sobre a condução das investigações e a violência policial. A defesa de Souza planeja entrar com ações contra o Estado por danos morais e materiais.

A Polícia Civil de Minas Gerais informou que irá apurar as denúncias de tortura e que os responsáveis serão punidos. O Ministério Público do Estado também se pronunciou, afirmando que irá acompanhar o caso e tomar as medidas cabíveis.

A história de Luiz Augusto de Souza serve como um alerta sobre a necessidade de investigações justas e transparentes, além de reforçar a importância da preservação dos direitos humanos e da presunção de inocência.

Fonte: G1 – Triângulo Mineiro

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