Justiça manda soltar mulher que vivia no McDonald’s do Leblon após prisão por injúria racial

A Justiça mandou soltar Susane Paula Muratori Geremia, a mulher que morava com a filha há 7 meses no McDonald’s do Leblon, na Zona Sul do Rio, e que foi presa em flagrante na última sexta-feira (30) por injúria racial. Susane, porém, está proibida de voltar à lanchonete, mesmo como cliente.

Uma adolescente diz que foi chamada de “pobre, preta, nojenta” por Susane.

G1

A audiência de custódia de Susane foi na tarde deste sábado (31). A juíza Ariadne Villela Lopes considerou que a mulher é idosa e que não tinha antecedentes ao negar o pedido do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) de converter a prisão em flagrante em prisão preventiva.

A magistrada, contudo, impôs as seguintes medidas cautelares a Susane:

Comparecimento mensal em juízo “para informar e justificar suas atividades” pelos próximos 2 anos;

Proibição de acesso e frequência ao McDonald’s do Leblon pelos próximos 2 anos;

Proibição de se comunicar com a adolescente que a denunciou;

Proibição de se aproximar dela — foi imposto um limite de 500 metros.

Como foi a confusão

O bate-boca foi na tarde de sexta e envolveu, de um lado, um grupo de 5 adolescentes; do outro, Susane e a filha, Bruna Muratori.

Segundo as jovens, o grupo de amigas estava aproveitando a tarde de sol na Praia do Leblon e antes de voltarem para casa decidiram lanchar no McDonald’s. Depois de comprarem e pegarem os lanches no balcão, as amigas subiram para o 2º andar do estabelecimento, onde estavam Susane, Bruna e suas 5 malas de roupa.

De acordo com uma das jovens, as duas “moradoras da lanchonete” se incomodaram por elas estarem rindo e começaram a gravar as adolescentes.

“Ela chegou pra gente e falou: ‘abre a boca agora, suas fedelhas’. Chegou pra minha amiga e disse: ‘sua preta’. Ela falou pra minha amiga: ‘preta nojenta’. Depois chamou a gente de ‘vagabundinha’. Ela falou isso pra adolescentes”, contou uma das jovens.

A cozinheira Bruna Medina de Souza, mãe de uma das jovens, confirmou que a filha foi chamada de “pobre, preta, nojenta” por Susane.

A mãe da adolescente contou à TV Globo que ficou sabendo por telefone da confusão que estava acontecendo no McDonalds do Leblon e correu para ajudar a filha.

Susane foi presa em flagrante por injúria racial – a filha foi liberada porque nenhuma das testemunhas relatou ter ouvido dela as ofensas racistas.

Em seu depoimento, Susane alegou que foi chamada de “velha coroca” pelas meninas e negou que tenha cometido ofensas raciais.

Fonte: G1

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