Caso Marielle: Ministério Público Exige Condenação de Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz

Foto: g1

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) está determinado a fazer justiça no caso do brutal assassinato da vereadora Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes. Em um desenvolvimento significativo, o MPRJ anunciou que pedirá a condenação dos réus Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, acusados de serem os executores do crime que chocou o país em 2018. A promotoria busca uma pena exemplar para os dois ex-policiais, que podem enfrentar até 84 anos de prisão cada um, caso sejam considerados culpados.

Desde sua prisão em março de 2019, Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz têm sido apontados como os principais suspeitos do homicídio de Marielle e Anderson. As investigações conduzidas pelo Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) revelaram um emaranhado de provas que ligam os dois acusados diretamente ao crime. Agora, o MPRJ está pronto para apresentar essas evidências perante o tribunal e exigir que a justiça seja feita.

A denúncia apresentada pela promotoria é contundente e abrangente. Lessa e Queiroz são acusados de duplo homicídio triplamente qualificado, um crime que demonstra a brutalidade e a premeditação do ato. Além disso, eles também respondem por tentativa de homicídio contra Fernanda Chaves, assessora de Marielle que sobreviveu ao atentado. A acusação ainda inclui o crime de receptação do veículo utilizado no dia do assassinato, evidenciando o planejamento meticuloso por trás do ataque.

O julgamento de Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz promete ser um dos mais emblemáticos da história recente do Brasil. Um júri composto por 21 cidadãos comuns será responsável por decidir o destino dos acusados. Sete desses jurados serão sorteados no momento do julgamento e ficarão isolados durante todo o processo, dormindo nas dependências do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Essa medida visa garantir a imparcialidade e a segurança dos jurados, dado o alto perfil do caso e as possíveis ameaças externas.

O Ministério Público não está poupando esforços para garantir a condenação dos réus. A acusação conta com sete testemunhas-chave, incluindo Fernanda Chaves, que testemunhou o ataque e escapou por pouco da morte. Os depoimentos dessas testemunhas serão fundamentais para corroborar as provas apresentadas pela promotoria e fornecer um relato direto dos eventos que levaram ao assassinato de Marielle e Anderson.

Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz acompanharão o julgamento por videoconferência, uma medida necessária devido à sua atual situação de encarceramento. Lessa está detido no Complexo Penitenciário de Tremembé, enquanto Queiroz se encontra no Complexo da Papuda, em Brasília. Essa separação geográfica não impedirá que eles sejam confrontados com as evidências apresentadas pela acusação e tenham a oportunidade de se defender das acusações.

O caso Marielle Franco não se limita apenas aos executores do crime. A investigação também revelou a possível participação de mandantes poderosos por trás do assassinato. O Supremo Tribunal Federal (STF) já aceitou a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, e seu irmão, Chiquinho Brazão, deputado federal pelo partido União Brasil. Esses desdobramentos indicam que a trama por trás do crime pode ser ainda mais complexa e envolver figuras influentes da política fluminense.

O julgamento de Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz representa um passo crucial na busca por justiça para Marielle Franco, Anderson Gomes e suas famílias. É um momento de esperança para a sociedade brasileira, que clama por respostas e responsabilização dos culpados. O Ministério Público está determinado a apresentar um caso sólido e convincente, buscando a condenação dos acusados e enviando uma mensagem clara de que crimes dessa natureza não ficarão impunes.

A memória de Marielle Franco, sua luta incansável pelos direitos humanos e pela igualdade, continuará a ecoar nos corações e mentes de todos aqueles que anseiam por um Brasil mais justo e democrático. O desfecho desse julgamento histórico não apenas trará um desfecho para o caso, mas também servirá como um lembrete poderoso da importância de defender a justiça, a liberdade e a dignidade humana, valores pelos quais Marielle dedicou sua vida.

Fonte: G1 – Rio de Janeiro

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