A cidade do Rio de Janeiro enfrenta uma verdadeira onda de roubos de celulares, que representam quase 40% do total de roubos de rua registrados na capital fluminense. De acordo com dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), os registros estão acima do patamar de 1,8 mil por mês desde maio deste ano, um nível não atingido desde fevereiro de 2020.
De janeiro a agosto de 2024, foram contabilizados 24.475 roubos de rua no Rio de Janeiro, sendo que 9.291 desses casos envolveram o roubo de celulares. Isso representa um aumento de 45% em comparação com o mesmo período do ano anterior, quando 6.380 aparelhos foram roubados na cidade.
A região do Centro lidera as estatísticas, com mais de 1,3 mil roubos de celular no período analisado, mais que o dobro dos 610 registros do ano anterior. Em seguida, aparece a região da Grande Tijuca, com 1.051 roubos de celular, um aumento de 63% em relação ao mesmo período de 2023.
Especialistas apontam que, além do policiamento ostensivo, é necessário atuar com inteligência para frear o mercado ilegal que torna o roubo lucrativo. Thiago Bottino, especialista em Segurança Pública da FGV Direito Rio, destaca a importância de combater a receptação dos produtos roubados.
“Esses produtos que são roubados, seja carro, seja bebida, o que for, eles são revendidos. Faz a operação do sujeito que revende o celular, do sujeito que revende o produto roubado. Para tornar mais difícil com que o ladrão consiga transformar aquele produto de roubo em dinheiro. Se você vai lá e asfixia esse comércio, você torna aquele crime mais desinteressante”, afirma Bottino.
Recentemente, uma ação realizada na Uruguaiana, no Centro do Rio, resultou na prisão de duas pessoas envolvidas na venda de aparelhos celulares de origem ilícita. As investigações, iniciadas após um trabalho de monitoramento de furtos ocorridos durante um evento, revelaram que diversos aparelhos roubados estavam sendo comercializados em um box localizado na região.
O combate ao roubo de celulares requer um esforço conjunto das autoridades, envolvendo não apenas a repressão aos crimes, mas também a desarticulação das redes de receptação que alimentam esse mercado ilegal. Somente assim será possível reduzir os índices alarmantes de roubos de celulares na cidade do Rio de Janeiro e garantir maior segurança à população.
Fonte: G1 Rio de Janeiro