Uma descoberta chocante abalou as estruturas da segurança pública no Rio de Janeiro. Uma lista com 42 nomes de seguranças ligados ao miliciano Adilson Coutinho Oliveira Filho, conhecido como Adilsinho, veio à tona, revelando a participação de 23 policiais militares da ativa em atividades criminosas. A informação, obtida com exclusividade pela TV Globo, expõe a profundidade da corrupção e do envolvimento de agentes do Estado com o crime organizado.
Adilsinho, apontado como um dos líderes da maior milícia do Rio, a do Bonde do Ecko, foi preso em uma operação da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco-IE) em março deste ano. Durante as investigações, os policiais encontraram em seu celular uma lista com os nomes de seus seguranças, revelando a identidade de dezenas de policiais militares que atuavam a serviço do crime.
Entre os 23 PMs identificados, 11 já estavam afastados por suspeita de ligação com a milícia, mas 12 continuavam em plena atividade, infiltrados nas fileiras da corporação. Esses agentes, que deveriam zelar pela segurança da população, estavam, na verdade, colaborando com as atividades ilícitas da organização criminosa, manchando a imagem da instituição e minando a confiança da sociedade nas forças de segurança.
A Polícia Militar, assim que tomou conhecimento da lista, agiu prontamente. Os 12 PMs que ainda estavam na ativa foram imediatamente afastados e tiveram suas armas recolhidas. Eles serão submetidos a um rigoroso processo de investigação interna, conduzido pela Corregedoria da PM, para apurar seu envolvimento com o grupo paramilitar. Uma sindicância foi instaurada para averiguar cada caso individualmente, e aqueles que forem considerados culpados enfrentarão as consequências legais de seus atos.
Essa revelação é um duro golpe para a credibilidade da Polícia Militar e levanta questionamentos sobre a extensão da infiltração do crime organizado nas instituições de segurança pública. É inadmissível que agentes do Estado, responsáveis por proteger a população, estejam envolvidos com milícias e grupos criminosos. Esse tipo de corrupção corrói a base da sociedade e coloca em risco a vida de cidadãos inocentes.
É fundamental que as autoridades ajam com firmeza e transparência para erradicar essa mácula das forças de segurança. Investigações minuciosas devem ser conduzidas, não apenas para identificar e punir os policiais envolvidos, mas também para desmantelar as redes de corrupção que permitem que esses crimes ocorram. A população exige respostas e medidas concretas para restaurar a confiança na Polícia Militar e garantir que aqueles que juraram proteger e servir não se tornem algozes da sociedade.
Além disso, é necessário um esforço conjunto entre as instituições de segurança pública, o Ministério Público e o Poder Judiciário para combater as milícias e o crime organizado em todas as suas frentes. Somente com uma ação coordenada e incisiva será possível desarticular essas organizações criminosas e devolver a paz e a segurança aos cidadãos do Rio de Janeiro.
A lista de Adilsinho é um alerta gritante para a necessidade de uma profunda reforma nas estruturas de segurança pública. Não podemos mais tolerar que aqueles que deveriam nos proteger estejam a serviço do crime. É hora de agir com determinação e coragem para extirpar esse câncer que corrói nossa sociedade. Que a verdade prevaleça e que os culpados sejam responsabilizados, para que possamos construir um futuro mais seguro e justo para todos.
Fonte: G1 – Rio de Janeiro