Uma operação de fiscalização realizada em novembro de 2023 nas fazendas Lakanka e Talismã, pertencentes ao cantor Leonardo, em Jussara (GO), revelou condições degradantes de trabalho e alojamento para os funcionários. Seis trabalhadores, incluindo um adolescente de 17 anos, foram resgatados em situação análoga à escravidão.
Os fiscais encontraram os empregados vivendo em uma casa abandonada, sem manutenção e com telhas deslocadas, permitindo a entrada de água da chuva. Os trabalhadores improvisaram camas com tábuas de madeira, portas velhas, galões de agrotóxicos e tijolos. O local estava infestado de morcegos, com fezes dos animais em todos os cômodos, além da presença de formigas, cobras e escorpiões.
O alojamento não possuía banheiros funcionais, obrigando os trabalhadores a usarem árvores próximas para suas necessidades fisiológicas. A única fonte de água era um poço sem manutenção, com tampa quebrada, permitindo a entrada de animais. Os empregados tinham que caminhar 2 km até a sede da fazenda para obter água potável.
Embora a defesa de Leonardo alegue que a área estava arrendada para outra pessoa e que o cantor não tinha conhecimento das práticas de trabalho escravo, o Ministério Público do Trabalho incluiu seu nome na “lista suja” do trabalho escravo. Leonardo se manifestou nas redes sociais, dizendo estar “muito triste” e que “jamais faria isso”.
O caso expõe a triste realidade de trabalhadores submetidos a condições desumanas e a necessidade de uma fiscalização rigorosa para coibir tais práticas. A inclusão do nome de Leonardo na “lista suja” serve de alerta para que outros proprietários rurais se atentem às condições de trabalho em suas terras, evitando que situações como essa se repitam.
Fonte: G1 – Goiás