Mansão de empresário investigado por lavagem de dinheiro abrigava coleção ilegal de animais exóticos africanos

Uma investigação da Polícia Federal sobre um esquema bilionário de lavagem de dinheiro proveniente do garimpo ilegal no Mato Grosso e no Pará revelou uma coleção clandestina de animais selvagens africanos na mansão do empresário Arthur Rondini, em São José do Rio Preto (SP). Segundo o Ibama, a maioria dos animais, que incluíam antílopes, búfalos, um hipopótamo e uma girafa, estavam sem documentação.

A Polícia Federal chegou ao imóvel após identificar movimentações financeiras suspeitas de R$ 180 milhões em cerca de um ano por duas empresas de fachada ligadas ao esquema. Arthur Rondini era o principal articulador, movimentando R$ 3 bilhões em cinco anos. Na operação, foram apreendidos dinheiro, ouro, armas e 19 animais taxidermizados, dos quais 12 não possuíam licença para estar no Brasil.

A investigação aponta que Rondini praticava a “caça enlatada” na África, onde os animais são criados mansos para serem soltos em um ambiente fechado apenas no momento da caça. Embora a caça de animais não ameaçados seja permitida no continente africano, é necessária autorização do Ibama para trazer peles e carcaças ao Brasil e realizar a taxidermia, um procedimento caro que pode custar mais de R$ 100 mil por animal.

Os advogados de Arthur Rondini afirmam que ele é inocente da acusação de lavagem de dinheiro e que os animais foram legalmente importados. No entanto, o Ibama ressalta que se a origem do troféu for ilegal, não há como legalizá-lo posteriormente.

A Polícia Federal busca agora recompor o patrimônio desviado, e os bens apreendidos, incluindo os animais, podem ser leiloados, com o valor revertido aos cofres públicos. Arthur Rondini responderá pelos crimes de lavagem de dinheiro e contrabando de animais.

Fonte: G1 – Fantástico

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