Uma noite que deveria ser de tranquilidade e descanso transformou-se em um pesadelo para os moradores de Novo Hamburgo, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Na madrugada desta quarta-feira, Edson Fernando Crippa, de 45 anos, manteve a própria família em cárcere privado e protagonizou um ataque a tiros que deixou três mortos e nove feridos. Entre as vítimas fatais estão o pai e o irmão do atirador, além de um policial militar que atendeu à ocorrência. O criminoso foi morto após um cerco de nove horas e tentativas frustradas de negociação.
O terror começou quando a polícia recebeu denúncias de que os pais de Edson, idosos, estariam sendo mantidos em cárcere privado pelo filho. Ao chegarem ao local, os agentes foram recebidos a tiros pelo atirador, que não hesitou em disparar contra os próprios familiares. O pai de Edson, Eugênio Crippa, de 74 anos, e seu irmão, Everton Crippa, de 49 anos, foram atingidos e não resistiram aos ferimentos. O policial militar Everton Kirsch Júnior, de 31 anos, também foi baleado e veio a óbito no local.
Além das vítimas fatais, outras nove pessoas foram feridas durante o ataque, incluindo a mãe e a cunhada do atirador, além de seis policiais militares. Cleris Crippa, de 70 anos, mãe de Edson, e Priscilla Martins, de 41 anos, sua cunhada, encontram-se em estado grave após serem baleadas. Os PMs Rodrigo Weber Voltz, João Paulo Farias Oliveira, Joseane Muller e Eduardo de Brida Geiger também foram atingidos e estão internados, enquanto os policiais Leonardo Valadão Alves e Felipe Costa Santos Rocha foram liberados após atendimento médico.
Durante as nove horas de cerco à residência, a polícia tentou negociar com o atirador, mas todas as tentativas foram em vão. Edson respondia apenas com disparos, segundo o tenente-coronel Alexandro Famoso, comandante do 3º Batalhão de Polícia Militar de Novo Hamburgo. O homem possuía quatro armas registradas em seu nome e atirou de forma inesperada contra todos que estavam na frente da casa.
O desfecho trágico chocou a comunidade de Novo Hamburgo e deixou um rastro de dor e luto. O policial militar Everton Kirsch Júnior, que estava na corporação desde 2018, deixa um filho de apenas 45 dias e a esposa. Sua coragem e dedicação em proteger a sociedade não serão esquecidas. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o governador Eduardo Leite manifestaram pesar pelas mortes e solidariedade aos familiares das vítimas.
Esse episódio levanta questionamentos sobre a facilidade de acesso a armas de fogo e os riscos que isso representa para a segurança pública. O presidente Lula ressaltou que a distribuição indiscriminada de armamentos na sociedade, com grande parte deles caindo nas mãos do crime, é inaceitável. É preciso repensar as políticas de controle de armas e investir em medidas que garantam a proteção da população.
A tragédia em Novo Hamburgo é um lembrete doloroso da importância de combater a violência e zelar pela segurança de todos. Que as vítimas desse ataque sejam lembradas e que suas famílias recebam todo o apoio necessário neste momento de profunda dor. A sociedade clama por medidas efetivas para evitar que histórias como essa se repitam e para que possamos construir um futuro mais pacífico e seguro para todos.
Fonte: G1 Rio Grande do Sul